domingo, 22 de fevereiro de 2015

Terceiro dia - Corrida - 84,4 km

Acordar antes das 5 da manhã para correr 2 maratonas não é exatamente o melhor programa de domingo, pelo menos para 99,99% da população desse planeta. Para os 39 atletas e suas respectivas equipes de apoio não poderíamos pensar em um programa melhor! Após dois dias de "aquecimento" com 10 km de natação e 423 km de ciclismo nada mais natural do que uma ultra-maratona! 

Mais uma vez entramos na "Rock´n´Roll Van" rumando para a região de Clermont, bem próximo da chegada do dia anterior.

A escuridão era total ao chegarmos no local de largada. A temperatura era bem mais razoável que nos dias anteriores, algo em torno de 13 graus e pouco vento, uma excelente temperatura para correr, ou pelo menos para iniciar uma corrida.

Eu sempre tive a impressão de que quando eu fiz os Ironmen estava em uma condição física capaz de aguentar os dois primeiros dias de um Ultraman, já o terceiro dia... acho que nem metade! Com as minhas características e limitações físicas eu diria que 90% dos treinos dos 16 meses anteriores foram feitos para suportar o terceiro dia e completar as duas maratonas em menos de 12 horas. A corrida tem sua dose própria e única de crueldade, bem diferente e muito pior do que a natação e o ciclismo, sua conta, cobrada ao final, é muito mais alta devido ao impacto muito maior do que as outras disciplinas do triathlon.

Nos chamaram para fazer um círculo e darmos as mãos, assim como antes da largada do primeiro dia, Dessa vez tinha bastante espaço para que as equipes de apoio ficassem por fora do círculo, todos os que estavam nos acompanhando desde o primeiro dia, muita gente especial! A vibração de toda aquela energia positiva era demais, aquele instante pareceu ficar congelado e passou bem devagar, em câmera lenta. Mais uma vez a diretora da prova fez uma prece e nos desejou uma boa prova. Mais uma vez o coração apertou e meus olhos ficaram cheios d´água, aquele dia seria o teste final, nunca estive tão feliz e apreensivo em uma prova de triathlon ao mesmo tempo, características de uma prova de vários dias e várias largadas!

Energia positiva transbordando

Aos poucos fomos nos alinhando, ainda tudo muito escuro, uns poucos com lanternas. Apesar da lua nova ainda era possível ver o bastante do percurso. Todos finalmente a postos, mais uma contagem regressiva, 10, 9... 1, GOOOOOOO!!!

O primeiro passo dos 84,4 km



O percurso do segundo dia está no link http://ridewithgps.com/routes/6873062

Largamos em uma leve descida. Com muito cuidado para aquecer bem e não fazer nenhuma besteira estabeleci um ritmo leve.

No km 3 veio a primeira subida curta e mais inclinada, logo depois de um semáforo, lugar que tinha passado de bike no dia anterior. Alguns começaram a andar e eu também, quase uma marcha atlética. Dosar bem a energia era a principal estratégia para chegar até o fim.

O início da corrida foi muito bom, as vans faziam uma festa a cada competidor que passava, botavam o som alto, gritavam, faziam tudo o que podiam fazer para nos incentivar.

Decidimos que eu correria sozinho nos primeiros quilômetros e depois de estabelecer um ritmo mais consistente, sem a ajuda ou influência de um pacer, alguém da equipe começaria a correr comigo.

Depois de 4,5 km, já no primeiro trecho de terra, a "Rock´n´Roll Van" apareceu. Já comecei o reabastecimento com GU Brew e gel a cada 30 minutos. Logo depois o Guilherme desceu da van e iniciou seu turno de pacer.

Devagar o dia foi amanhecendo e algumas paisagens fantásticas foram sendo reveladas. Com o tempo de 1 hora atingimos a marca de 8,7 km, apesar do terreno acidentado a projeção era de completar a prova em um pouco menos de 10 horas. Bem tranquilos continuamos a longa jornada daquele dia. Passamos por cima da Florida Turnpike e quando olhamos para o lado direito da estrada estávamos acima das nuvens, nice view!

Muita beleza no início do dia...
... enquanto isso muitos quilômetros nos esperavam!

Estávamos em um grupo mais ou menos no mesmo ritmo com o Arnaud e o Miguel, dependendo do ritmo eles nos passavam ou nós os passávamos.

No km 10 veio uma descida gigante, desci andando, ainda "pisando em ovos" e evitando qualquer impacto extra, estava cedo para atacar as subidas ou despencar nas descidas. Seguindo o conselho do amigo e grande incentivador Prof. Rogério Aviani: "Ultraman é devagar e sempre!"

Eu e o Guilherme, irmão e capitão do time de apoio, conversávamos sobre qualquer coisa, desde as casas que passávamos até piadas sem graça do mundo do petróleo (ambos trabalhamos na Petrobras). Valia tudo para manter o clima descontraído, apesar de muita atenção ao percurso e o ritmo.

Após uns 10 km ao meu lado o André assumiu o posto de pacer enquanto o Capitão foi descansar na van.

O Capitão do time no fim do seu primeiro turno

Eu e o André cruzamos a linha da primeira meia maratona em 2:26', Steve King estava lá narrando nossa passagem, era sempre bom vê-lo e ouvir sua voz pois era sinal de mais uma parcial que completávamos. Uma pergunta não saía da cabeça: "Como ele arranja assunto para falar tanto?" Qualquer hora que passávamos por ele, lá estava o microfone, a caixa de som e ele falando, falando, falando... Andávamos a cada abastecimento, que estava acontecendo a cada quilômetro, aproximadamente. A estratégia de gel a cada 30' e uns goles de GU Brew a cada quilômetro estava funcionando muito bem. Comia algo sólido a cada hora, uma barra energética ou um pão com geléia.

Lá pelo km 26 uma surpresa. Sarah e seu marido, uma maratonista hardcore (daquelas que acorda 3:30 da manhã pra correr) amiga dos Baylor que eu havia conhecido 4 dias antes, estavam me esperando com cartazes e dando a maior força. Foi bom demais ter essa surpresa!

Sarah no km 26 dando a maior força.

Passamos por mais alguns trechos de estradas de terra. Nesses trechos, o zelo da equipe era tão grande que o André escolhia por onde eu ia correr, escolhendo para mim sempre a parte menos acidentada e mais plana da estrada. Quando eu digo que é a melhor equipe do mundo não estou de brincadeira!

Lá pelo km 28 tirei a camisa de manga comprida. A temperatura já passava dos 20 graus e o manguito + camisa de compressão eram o bastante.

O André correu comigo até o km 31, quando a Carol assumiu caminhando no meio de uma subida para dar uma força. Ao chegar no fim da subida os meus pais e com a Patty e o Dave Baylor nos alcançaram de carro. A Carol entrou na van e passou para o Dave o posto de pacer.

Dave é o "Mr. Marathon Man", com mais de 20 maratonas no currículo, muita disposição e bom humor para encarar os perrengues de qualquer prova que aparecer.

Com uma torcida dessas fica bem mais fácil de manter o sorriso e chegar ao final.

Entre os quilômetros 31 e o 41 além da companhia da equipe de apoio tivemos bem de perto a torcida dos meus pais, a Patty Baylor, a Sarah e seu marido. Um verdadeiro batalhão de gente. Que somava às outras equipes dos atletas que estavam por perto como a Jessica, o Edwin e a Fiona. Passamos pelas margens do Lake Minneola, um dos trechos mais bonitos da prova. O sol já dava sinais de que não ia perdoar, a Carol em uma das caminhadas para reabastecimento tratou de passar protetor solar e eu coloquei a capa de "legionário" no boné.

Terminando o trecho próximo ao Lake Minneola.

Com 5:05' cruzamos a marca da primeira maratona. Lá estava Mr. Steve King mais uma vez narrando a prova e nos desejando boa sorte. A projeção para o final ainda estava na casa das 10 horas e eu estava me sentindo bem e satisfeito com o rendimento. Tomando bastante cuidado onde pisava para minimizar o impacto e mantendo a alimentação prosseguimos no mesmo ritmo. Apesar de ainda faltar 42,2 km agora a contagem seria regressiva, uma forma de jogar com a mente para não desanimar e parar.

Mr. Marathon Man e eu cruzando os 42,195m

A partir do km 44 entrei forte no Red Bull, só com o isotônico e o gel eu estava no limite e com todo aquele calor e o desgaste de já ter corrido uma maratona exigia algo um pouco mais forte.  Comecei tomando meia lata a cada 2 km e senti o nível de energia melhorar bastante.

No km 45 alcancei os brazucas Diogo Menegaz e Renato Valler. Foi muito bom reencontrá-los e pegar carona na torcida das suas equipes de apoio. Diogo parecia estar com as pernas meio travadas mas lutava com garra para seguir correndo.

Dave parou para "manutenção" e o André assumiu um pouco antes de entrar na US-27. Uma estrada com pista dupla e um canteiro no meio, o que dificultou um pouco o trabalho das equipes de apoio. Para remediar isso o André correu o tempo todo com uma garrafinha de isotônico na mão. Logo na primeira subida da US-27 passei um dos atletas exausto e sentado na cadeira que a equipe de apoio dele tinha providenciado, paramos para dar umas palavras de incentivo e continuamos no sobe-desce da US-27.

Uns 5 km depois saímos da highway para um trecho de terra, eu já tinha corrido ali na segunda-feira anterior. Era um trecho onde a estrada era cercada de laranjais e com subidas curtas e inclinadas. Apesar de curtas, depois de 54 km correndo qualquer subidinha é uma ótima razão para dar uma caminhada e tomar um isotônico ou um red bull gelado.

Estava quente demais, a temperatura chegou a 28 graus e estabilizou nesse patamar até o final da prova. Tanto frio nos dois primeiros dias e tanto calor no dia mais puxado, São Pedro realmente não quis deixar as coisas fáceis para nós. Os treinos em Macaé na hora de almoço a 35 graus foram excelentes para suportar aquele inferno.

No km 55 o pessoal encharcou com água gelada do cooler ao meu boné, aproveitaram a minha camisa reserva e fizeram o mesmo e botaram nas minhas costas. Fizeram isso até o final da prova, a cada parada. Para ajudar a regular a temperatura foi muito eficiente!

Com o apoio do UltrAmigo faltando 25 km para o final.
Alguém falou que na Flórida não existem subidas e descidas?

No Ultraman existem cortes na etapa de corrida, é obrigatório completar a primeira maratona em um tempo menor que 6 horas e também completar os 63,3 km em menos de 9 horas.

O último corte, dos 63,3 km, eu passei com 7:44'. Foi um alívio muito grande estar com toda aquela margem. Aí não tinha mais jeito, mesmo que eu quebrasse feio, batesse no muro e um urso subisse nas minhas costas eu  terminaria aquela última meia maratona! Até ali estava tudo tranquilo, a pulsação média estava em 119 bpm.

O Guilherme, exercendo sua autoridade de "Capitão", postergou até onde ele podia o seu trecho de pacer, mas o André já estava fazendo hora extra e tinha chegado a hora do Capitão entrar na pista.

Do km 63 até o 74 foi meio "terra-de-ninguém" pra mim. Comecei a me sentir um pouco fraco e por mais que insistisse em correr, o ritmo da corrida estava arrastado. O Muknicka me passou nesse trecho, já estávamos quase juntos nos últimos 10 km e em uma andada para reabastecimento ele passou em um ritmo bem mais forte e consistente e não parou mais, só o vi de novo na chegada.

Entramos em uma zona residencial muito bonita e eu já não aguentava mais me arrastar. Decidi que caminharia até começar a me sentir melhor, aproveitei para admirar o visual das casas bonitas, lagos com fontes, rua limpa, calçada ampla, difícil de não gostar de um lugar daqueles! Ainda assim não dava para parar, reabasteci com um gel, um pão com geléia e generosos goles de Coca-Cola! Em menos de 15 minutos a situação começou a melhorar.



Faltando 10 km comecei a me sentir bem melhor e o pessoal da van resolveu revezar um pacer a cada km. Comecei a forçar o ritmo, a pulsação subiu para a faixa dos 130 bpm.  O volume da trilha sonora da "Rock´n´Roll Van" estava nas alturas com Rock´n´Roll Clássico da melhor qualidade!

Miguel Angel, um dos espanhóis, estava em maus bocados logo na frente. Sua equipe completa estava parando a cada 200 m para dar suporte. Parei um pouco para incentivá-lo, toda sua equipe estava fora do carro lhe dando assistência. Ao prosseguir com a minha corrida todos desejaram uma boa sorte para mim, um espírito Ohana que a gente não encontra em qualquer prova.

Com mais 2 km alcancei o jeep que estava fazendo o apoio do Hans Siemelink. Eu estava muito focado em manter o ritmo e curtindo cada minuto do final da prova. Em cada parada da van dava um gole na Coca-Cola e a equipe molhava a camisa ou o boné para manter o motor arrefecido.

Mais um km e eu e a Carol encontramos o Hans no último cruzamento grande. Alguns voluntários quando nos viram apertaram o botão de pedestre do semáforo mas esse foi demorado. Naquele ponto da prova eu estava até curtindo o descanso forçado pelo semáforo vermelho. Aproveitei e troquei umas palavras com o Hans, que me disse que estava tudo bem e feliz de que já estávamos na reta final. Passamos o cruzamento e continuamos puxando o ritmo. Mais um pouco a frente a Carol entrou e o Dave desceu da van para seu último turno como pacer. A festa dentro da "Rock´n'Roll Van" era incrível!

Eu e o Dave, naqueles poucos quilômetros tivemos uma conversa breve. É impressionante como poucas palavras podem ter tanta importância às vezes. Ele me disse que achava, até aquela manhã, que o limite era 42,195 m mas que depois de ver e participar do Ultraman ele estava começando a achar que aquele não era o seu limite, "Maybe there´s something else to be found beyond the Marathon, Mr. Marathon Man!" - eu disse a ele. Imaginem vocês que quando eu tinha 12 anos o Dave me convidou para uma corrida de 7 km no North Park, perto da casa dele em Pittsburgh-PA. Eu corri os primeiros 500 metros e me arrastei pelos 6,5 km em um andar/trotar, chegando morto ao final. Esse cara que me apresentou à idéia de "Road Running" e agora ele me dizia que estava pensando em ir além da Maratona?!?! Incrível!


Fizemos a última curva e entramos no trecho final de 3,5 km, a Lake Butler Boulevard, uma rua residencial muito calma e com pouco trânsito. Um trecho ótimo para eu poder curtir os últimos momentos com exclusividade com a "minha" equipe de apoio. Eles passaram de uma forma muito intensa aqueles três dias comigo mas não somente isso, também passaram quase um ano dando apoio nos treinos e doaram tão generosamente o tempo, carinho, cuidado e amor (e cada um pagou sua própria viagem) numa jornada para que eu conseguisse cruzar aquela linha de chegada que estava a poucos quilômetros dali. Aloha, Ohana e Kokua são as melhores palavras para expressar o que vocês fizeram por mim e por vários outros competidores nessa jornada.


Faltando 2 km a "Rock´n´Roll Van" se separou de mim e da Carol, a rua não tinha mais saída e eles iam dar a volta e me encontrar no final. Eu e a Carol continuamos e aproximadamente 1 km depois lá estavam eles. A Patty Baylor assumiu a direção da van e eles correram o último quilômetro comigo.

A emoção de chegar ao final daquela missão era indescritível, as pernas se mexiam sozinhas e eu me sentia como nunca. Durante 16 meses treinei muito, acordei cedo, venci a preguiça, fui dormir tarde, deixei de encontrar alguns amigos, ir a churrascos, sair nos finais de semana com a Carol, abdiquei de viagens e fiz muitos sacrifícios para realizar todos os treinos e de repente aquele momento havia chegado. Eu podia apostar que ia chorar mas não, a vontade não veio, não sei explicar, simplesmente não veio, apesar de toda a emoção. Olhando para o lado e vendo os quatro correndo junto comigo eu estava em paz, sentia uma felicidade e plenitude fantásticas, estava saboreando cada instante. Juntos fizemos um trabalho impecável, lutamos o bom combate e mantivemos a fé. Não, não fomos os primeiros a romper a linha de chegada mas demos o sangue e fizemos o melhor que podíamos fazer e... o melhor de tudo é que estávamos a poucos metros da chegada.

Avistamos a chegada. A inconfundível voz do Mr. Steve King nos mostrava que estávamos na direção certa. A Carol me passou a bandeira do Brasil que havia sido comprada meses antes especialmente para aquele momento. Ao me enrolar na bandeira me lembrei de todos os que estavam longe e que ao mesmo tempo estiveram junto comigo a cada dia dessa batalha contra os elementos da natureza, frio, calor, vento, subidas e sobretudo contra aquela  voz na dentro da cabeça que alimenta nossa insegurança dizendo: "É difícil, não vai dar, melhor nem tentar!".

Pisei no tapete verde e...


Fico imaginando se eu tivesse a chance de me encontrar em 1993, com 13 anos, quando comecei a fazer triathlon e falasse para aquele moleque: "Um dia você vai completar um Ultraman, e vai chegar bem!" Não sei se o "eu moleque" acreditaria. Mas foi o que aconteceu. Foram 3 dias em uma prova que trouxe de volta exatamente aquele clima mágico e único que sentia quando estava descobrindo o triathlon.

Depois de cruzar a linha de chegada pude finalmente cumprimentar todos e agradecê-los por tudo o que fizeram. O clima era muito gostoso e a festa só aumentava a cada um que chegava ao final.








Bernardo fez uma corrida fantástica e ficou na quarta posição, já estava nos esperando fazia tempo, Muknicka estava na cama de massagem e logo depois o Renato, que fechou a prova em sétimo, e o Diogo, décimo sétimo, chegaram. Foi muito bom ver todos ali, com algumas dores mas em boas condições e vitoriosos.

Faltando uma hora para o final Mr. Steve King convocou quem pudesse para ir na contramão dos corredores para incentivá-los. O Guilherme e o André partiram para essa nova missão. Eu disse ao Steve King que ele ficasse tranquilo, afinal de contas: "Eu mandei dois da melhor equipe de apoio do mundo e eles iam cuidar de tudo". Os dois e mais um batalhão realmente cuidaram, vejam a incrível chegada do Jonathan Oldfield, nunca um competidor de Ultraman chegou tão próximo do corte de 12 horas.



2 comentários:

  1. Que corrida fantástica! Vendo as parciais das meias em 2:26, 5:05, 7:44 e 10:26, só tenho a dizer que além do preparo incrível a estratégia foi mantida até o final. Meu irmão no primeiro Ultra vc chegou em 8º? Afhhhh... Ai tem muita margem ainda. Campeão, 1000 vezes parabéns!

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  2. Sensacionallllllllllllllllllllll !!!!!!!!!!

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